Vane evita polêmicas e apresenta propostas para administrar Itabuna
Por CELINA SANTOS - Publicado no Diario Bahia
A mais recente pesquisa divulgada [dia 21 de setembro] mostra que uma fatia dos eleitores de Itabuna (em torno de 10%) ainda não sabe em quem votar. Qual seria, então, seu principal argumento para que um eleitor escolha Vane para prefeito?
Tentar convencê-lo de que nossa proposta é melhor; ela visa a uma mudança administrativa nessa cidade. Então, essas pessoas que ainda estão em dúvida, que ainda não se definiram, a meu ver, mostra que não estão tendendo nem para um lado nem para outro. São pessoas que realmente estão buscando uma resposta e nós queremos dar essa resposta levando propostas concretas de governo, que possam fazer com que sinalizem esse apoio à nossa candidatura. Queremos implantar um novo modelo, pautado na excelência da administração pública. Essa excelência tem a ver com planejamento, eficiência, aplicar bem os recursos e coibir todo abuso ao erário público. Coibindo os abusos, vamos garantir que os recursos cheguem na saúde, no saneamento básico, nas políticas públicas ...
O senhor foi vereador por dois mandatos e agora tenta ser prefeito. Diria que a experiência no Legislativo vai contribuir exatamente em quê, caso seja eleito?

Vane e Wenceslau, em entrevista à jornalista Celina Santos na Churrascaria Los Pampas, em ItabunaContribui muito. Ser vereador de Itabuna por oito anos você vivencia toda essa questão administrativa, essa questão de fiscalização, você realmente entende como funciona tanto a Prefeitura como a Câmara. Então, isso pra mim é muito bom, muito interessante e com certeza vai facilitar muito. Não só como prefeito, mas também no relacionamento com a Câmara de Vereadores, porque a gente conhece todo o trâmite.
Qual é o primeiro grande problema de Itabuna que o prefeito Vane vai atacar?
Itabuna tem muitos problemas e todos precisam de atenção. Mas o que a gente vai fazer de imediato é limpar essa cidade, mantê-la limpa e iluminada, e a questão do enfrentamento à [crise na] saúde e diminuir a violência.
Um dos seus motes de campanha é o combate à violência, com o programa "Cidade de Paz". Mas muitos atribuem os altos índices de criminalidade à também alta taxa de desemprego. Qual será sua providência em nome da geração de empregos na cidade?
No nosso programa Cidade de Paz, está tudo pensado: a questão de oportunizar creches para as crianças, a questão da escola em tempo integral, onde a criança vai estar na escola, mas também tem que desenvolver duas coisas fundamentais, que são o esporte e a cultura. Nós também vamos trabalhar maciçamente nas escolas pela prevenção ao uso de drogas, com uma metodologia que as crianças possam entender, mas vamos fazer esse programa municipal mesmo. O enfrentamento será com políticas públicas de educação, esporte, cultura, tudo com um cunho social, mas também na questão da prevenção.
Que outras intervenções seriam possíveis em nome da prevenção?
Hoje, a nossa cidade respira insegurança, é um dos indicativos e a maior preocupação nossa. Sabemos que, constitucionalmente, é obrigação do Estado trazer segurança, mas nós queremos dar um apoio logístico à Polícia Militar e à Polícia Civil; estruturar a Guarda Municipal, equipá-la e modernizá-la; fazer uma parceria da Guarda Municipal com as polícias Civil e Militar, para que a nossa guarda não atue apenas para guardar o patrimônio, mas que possa atuar também na prevenção. Queremos a Guarda Municipal nas escolas e na rua também, não em locais perigosos, mas colocar na rua para fazer a prevenção.
Agora, entendemos que os indicativos da violência em Itabuna é pelo uso de crack. Oitenta por cento das mortes e dos roubos estão relacionados. Como diminuir isso? Fazendo com que as nossas crianças e adolescentes não entrem nisso. Por isso, pensamos na escola em tempo integral. No nosso governo, cada criança e adolescente dessa cidade vai estar na escola, mas vai estar fazendo duas atividades: a atividade cultural e a atividade esportiva [também]. Dentro dessas políticas voltadas para a prevenção, vamos fazer um calendário esportivo de competições anuais em todas as modalidades. Além delas, as competições culturais também estão dentro do nosso programa "Cidade de Paz".
Quando o senhor fala da escola em tempo integral, seria a principal mudança do governo em termos de educação?
Não, esse é só um dos pontos. Nosso plano prevê a "Educação para o Futuro", que prevê, além de oportunizar creches e escola em tempo integral, valorização do profissional, o ciclo, que é uma coisa boa, onde a criança não repete, mas vemos aí algumas dificuldades, porque muitas crianças passam sem aprender o conteúdo. Então, nós vamos investir nisso, ter reforço, para que elas não passem apenas passando, mas que realmente aprendam o conteúdo. Também queremos criar aqui em Itabuna cursos [pré]-universitários, para possibilitar que nossos jovens ingressem realmente nas nossas faculdades.
Também vamos fazer nas nossas escolas a prevenção. Existe uma lei municipal, aprovada pela Câmara de Vereadores em 2007, que prevê o estudo da dependência química nas escolas. Então, vamos fazer esse enfrentamento com prevenção, com uma metodologia própria e com políticas públicas.
E com relação à geração de empregos? Porque muitos estudos Brasil afora apontam o desemprego como um dos fatores que fomentam a violência...
Não tenha dúvida. E nós pensamos nisso também. Já como vereador a gente tem ido a Salvador. Minha última ida a Salvador, como vereador e como pré-candidato, foi para buscar na Assembleia Legislativa o apoio pra que a SUDIC [Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial] venha pra cá. A SUDIC é um órgão governamental que é interessante vir pra Itabuna, porque fomenta a vinda de novas empresas pra cá. Estamos preocupados com o Distrito Industrial de Itabuna, vamos fazer um estudo, mas, a meu ver, provavelmente teremos que ter outro distrito industrial e, através da parceria com a Sudic, buscar a atração de novas empresas.
Como prefeito de Itabuna, não vou tirar a feira do São Caetano de lá. Isso tem a ver com a questão do emprego e renda, que estamos preocupados. A feira do jeito que está também não pode ficar, tem que ser revitalizada, nós pensamos em fazer pelo menos um pavimento, porque faz com que a feira amplie, as pessoas que vivem da feira vão ter uma renda melhor e trazer mais pessoas para a feira. E o galpão da Kildare já está pronto, nós vamos tentar atrair uma grande empresa pra ali ou então pequenas empresas. Isso é uma coisa de imediato, que com certeza já vai ter impacto na geração de emprego e renda.
Quando o senhor fala de imediato, seria no primeiro ano de governo?
De imediato. Nós assumindo o Poder Executivo, vamos cuidar da feira, revitalizá-la e buscar no outro dia atrair empresas para Itabuna, aproveitando que o galpão está pronto. Qual o empresário que não vai querer vir, você dando incentivo fiscal, acesso fácil, tudo pronto e ele não vai ter que colocar um tijolo? É só entrar para trabalhar, ganhar dinheiro e dar emprego.
Itabuna já é uma cidade de médio porte, com um trânsito caótico. O que o senhor propõe como solução para problemas como engarrafamento em determinados horários e dificuldade extrema para estacionar no centro da cidade?
Itabuna tem um problema muito grave na mobilidade urbana. Nosso plano de governo prevê a criação de uma ciclovia. Tem muitas pessoas que querem andar de bicicleta, mas têm medo do trânsito disputado. Então, nós queremos uma ciclovia que ligue os bairros ao centro da cidade; temos que criar novos estacionamentos, porque a oferta é pouca; como prefeito de Itabuna, precisamos trazer uma empresa que possa fazer o diagnóstico desse trânsito e mostrar soluções. Temos que ter engenharia no trânsito, para que possamos fazer as mudanças necessárias e o trânsito possa fluir.
Quando o senhor fala em resolver o problema da falta de estacionamento, seria com o retorno da Zona Azul?
Com certeza. Nós queremos a volta da Zona Azul, para coibir excessos, mas mesmo assim não dá conta. Temos que criar novos espaços para estacionamento. [Wenceslau complementa: Tem os estacionamentos privados e também obrigar os novos edifícios comerciais e residenciais a ter garagem. Um edifício construído com uma quantidade de andares tem que ter garagem. Oferecer estacionamento para os proprietários das lojas e para os clientes.] [Vane conclui:] Quanto aos estacionamentos privados, de repente, o empresário quer fazer um estacionamento e é bom. Ele vai abrir, vai ganhar dinheiro, vai dar emprego e nós vamos buscar essas parcerias também.
O tema Saúde abre espaço para muito blá-blá-blá. Mas o que o senhor projeta de novo para ao menos minimizar a crise enfrentada no setor em Itabuna?
Saúde é uma coisa complexa. Não tem nada de novo; o que tem é que o Comando Único precisa voltar para a cidade, temos que partir daquilo que é real. Saúde não é como abrir uma rua, é algo que precisa de muito trabalho e investimento. Vamos fazer uma boa pactuação com o Hospital de Base, com os municípios que se servem dele; temos que fazer com que a Atenção Básica funcione. Nesse primeiro momento, não vamos abrir nenhuma nova unidade, vamos fazer com que as que estão aí funcionem, para desafogar os hospitais, principalmente o Hospital de Base. Ele hoje recebe um milhão e trezentos e gasta um milhão e duzentos com pessoal. Vamos fazer com que esse hospital tenha o número de servidores necessário, acabar com o cabide de emprego. E nosso secretário de Saúde vai conversar com os secretários de Saúde das cidades que usam o Hospital de Base, para que se faça uma boa pactuação, pra quando o paciente chegar aqui, o dinheiro ficar aqui.
[Wenceslau completa: Temos também a perspectiva de viabilizar recursos do Governo Federal e do Governo do Estado para construir três UPAs [Unidades de Pronto Atendimento], para funcionar 24 horas e ajudar a desafogar os hospitais.] [Vane conclui:] Porque existem recursos do Governo Federal pra isso; basta que haja vontade do município e envie um projeto; está incluído no nosso programa de governo o projeto 'Saúde Plena'.
Há quem ressalte, por exemplo, que o senhor nunca apresentou nenhuma denúncia contra o governo Azevedo, embora tenha sido eleito pelo PT, partido de tradicional oposição ao DEM? Por quê?
Quem não fez oposição foi o PT; nós fizemos várias denúncias, convocamos diversos secretários para dar explicação – o secretário de Saúde, o secretário de infraestrutura para falar sobre o canal, da Emasa –; tentamos abrir duas CEI [Comissão Especial de Inquérito], sendo uma para o Hospital de Base, não conseguimos porque não tivemos votos [suficientes]; tentamos abrir outra CEI para focalizar a Atenção Básica, também não tivemos o número de votos suficiente; e eu tenho algumas denúncias ao Ministério Público – uma é do lixo. Uma das coisas que levaram ao indeferimento [do registro de candidatura] do prefeito foi uma dessas denúncias com relação ao lixo. O PT que eu não sei o que fez, mas eu como vereador sim.
Mas o senhor saiu do PT no ano passado. Quando fez essas denúncias, o partido não estava junto?
Eu fiz. O PT anda espalhando que fui um vereador omisso, mas nunca fui. Tudo foi protocolado no TCM [Tribunal de Contas dos Municípios] e no Ministério Público. [Wenceslau acrescenta: Acho que a gente tem que separar também institucionalmente. O mandato é do partido? É. Mas o partido, institucionalmente, também pode fazer oposição. Institucionalmente, o partido que mais fez oposição ao governo Azevedo foi o PCdoB, através das instituições, sindicatos e estruturas que o PCdoB tem influência e do próprio partido como instituição. O que Vane quer dizer é isso: Dentro do mandato, ele fez. Mas o PT institucionalmente, através da sua presidência, do seu diretório, talvez não tenha feito.] [Vane segue:] O que eu quis colocar foi isso: eu como vereador do PT fiz essas denúncias; o PT eu não sei se fez.
Estando do lado de lá, do Poder Executivo, o que o prefeito Vane vai fazer para que a maioria dos vereadores compactuem com a sua tônica de governo e aprovem seus projetos?
Eu fui um vereador independente durante oito anos e quero que a Câmara de Vereadores continue independente. Eu não vou querer que a Câmara seja refém do Executivo; não tenho essa preocupação nem quero. Agora, o que a gente vai querer é trabalhar em harmonia, para o bem da cidade. Se no nosso mandato alguém achar que tem que abrir uma CEI, eu vou deixar abrir. Agora, vamos pautar nossa administração pela transparência. As pessoas que trabalham no Caps AD [Álcool e Drogas], por exemplo, vão saber quanto entra lá e como é gasto; as pessoas que trabalham no SAMU vão saber quanto entra e como é gasto; os educadores vão saber quanto entra na educação e como é gasto. Então, eu vou ter poucas dificuldades, porque quando falamos em excelência na gestão, estamos falando também de transparência. Queremos um governo extremamente transparente. Isso evita todo tipo de comentários e também aborrecimentos.
A Câmara de Itabuna está envolta num verdadeiro lamaçal, tamanha a quantidade de denúncias de corrupção. Alguns acreditam que o senhor não participou mesmo dos esquemas ilícitos, mas o acusam de ter sido omisso, porque não denunciou antes de a "bomba" estourar. Seu estilo é de fazer a "política da boa vizinhança", seguindo a linha "se não posso vencer o inimigo, vou unir-me a ele"?
Quem pensa isso não conhece Vane e está totalmente desinformado. Quem começou a investigar as coisas foi a Câmara de Vereadores. Eu, Wenceslau e alguns vereadores, antes de estourar qualquer bomba, fizemos um relato em que a Câmara devia muito, estava em dificuldade financeira muito grande. Então, nós fizemos um relatório interno preliminar, sugerindo que fossem tomadas medidas para sanar essa situação. O presidente [que à época era Clóvis Loiola] fez denúncias e na mesma semana nós abrimos uma CEI. Uma CEI que demorou apenas dois meses. Na história recente do Brasil, eu desconheço uma CEI que trabalhou em tão pouco tempo, para dar uma resposta à sociedade. Essa CEI foi muito conclusiva, tanto é que tudo que o TCM fez foi baseado na CEI, toda a ação da Polícia Federal foi baseada na CEI, toda a ação do Ministério Público foi baseado na CEI. Então, isso configurou que, além de não me envolver em nada, tivemos a coragem de denunciar todas as coisas e mostrar à sociedade sabendo do que realmente aconteceu ali.
Comenta-se também que o relatório da CEI teria apontado alguns "escolhidos" como culpados e outros, igualmente envolvidos, teriam sido protegidos...
[Wenceslau intervém: uma CEI funciona como um processo judicial e todo processo judicial, para ser concluído, tem que ter provas. Então, contra quem tinha provas, constou tudo; contra quem não tinha prova contundente, o nome não consta.] [Vane conclui:] Tenho a consciência tranqüila de que fiz o meu papel. O que dá credibilidade à nossa CEI é que, se eu tivesse protegido um ou outro, o Ministério Público teria entrado e dito: 'não, aquele também errou'. Por que o Ministério Público seguiu nossa CEI? Por que o Tribunal de Contas não colocou nada a mais? Enfim, nossa CEI foi muito contundente e conclusiva; nós não protegemos ninguém, aquilo que vimos de prova nós colocamos.
Como está no segundo mandato, deve conhecer o perfil dos seus colegas de legislatura. Que comparação o senhor faria, por exemplo, entre a postura dos vereadores Roberto de Souza (PR) e Wenceslau Júnior (PCdoB)?
Não vou fazer esse tipo de comparação. Nesse momento eu quero falar de Vane. Fui um vereador independente e desafio a alguém falar que votei alguma coisa contra minha cidade; tudo que foi bom para a cidade eu votei a favor e tudo que entendi que não era bom eu votei contra. Sempre fiscalizei o Legislativo e o Executivo. Então, Vane fez o seu papel.
Falando especificamente sobre Wenceslau, candidato a vice na sua chapa, ele aparece pouco em seu horário político. Nas ruas, muitos dizem que a imagem dele estaria chamuscada e que isso lhe atinge. Como o senhor analisa essa situação?
O vereador Wenceslau é um vereador que tem há mais de 20 anos lutado. Lutou pela estadualização da faculdade; como vereador, nesses oito anos que eu o acompanhei na Câmara, sempre esteve ao lado da comunidade em todos os momentos; tudo que ele votou também foi para o bem dessa cidade. E nós podemos acrescentar que a minha rejeição continua muito pequena. Então, se ele estivesse atrapalhando a candidatura, minha rejeição teria aumentado. A vinda dele fortaleceu muito a nossa candidatura e não tivemos rejeição por conta disso.
Temos quase uma tradição de dois perfis de vice-prefeito em Itabuna: Se quer "dar pitaco" demais, geralmente o prefeito rompe com ele; na contramão disso tem o perfil do vice que não interfere muito e acaba sendo meio "papagaio de pirata". No caso de Vane e Wenceslau, o que um espera do outro?
Eu entendo que o prefeito é o prefeito. Vou assumir meu papel de prefeito, ser gestor dessa cidade. E com certeza terei em Wenceslau um colaborador preparado, que vai ajudar no governo; não tenha dúvida. Agora, o vice é o vice e o prefeito é o prefeito.
[Wenceslau segue: Eu penso assim: nós construímos uma frente política, é um projeto de seis partidos que comungam das mesmas ideias, do mesmo projeto e acho que o esforço do vice e dos partidos é dar sustentação para que o prefeito possa executar esse projeto da melhor forma possível. Acho que o vice que briga com o prefeito é o vice que não sabe o seu limite e o seu lugar.]
A capacidade de liderar é um dos itens mais cobrados a um prefeito. Como seria o perfil de Vane como 'mandatário-mor' de uma cidade de 210 mil habitantes?
Vane é uma pessoa tranqüila, equilibrada, mas um homem de atitude. Haja à vista que as pessoas não pensavam que eu sairia do PT. Provamos que tivemos atitude e saímos do PT; não saímos brigados, mas tivemos a atitude de romper com o grupo; tivemos atitude também na Câmara de Vereadores, quando tivemos um mandato inteiramente independente; tivemos atitude quando abrimos a CEI e fizemos um relatório conclusivo; e tivemos atitude também de enfrentar essa candidatura a prefeito de Itabuna. Sou um homem extremamente democrático, mas uma pessoa de atitude e posições.
As principais lideranças do seu partido, o PRB, são da Igreja Universal do Reino de Deus, uma instituição que cresceu muito e tem influência. A Igreja não estaria querendo o poder também na política, embora o Estado seja laico?
É um absurdo pensar uma coisa dessas. O PRB está buscando seu crescimento, como qualquer partido. Ligar isso à Igreja Universal, de que ela estaria usando o partido pra tomar o poder político, é um absurdo. E provo aqui: O PRB tem uma secretaria de Estado – a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania. Quem deveria estar lá era um bispo da Universal, concorda? As pessoas que dizem essas asneiras entendem que a Igreja deveria colocar esse secretário. Mas o secretário [dessa pasta] é negro e é da religião afro. Então, mostramos na prática que isso são boatos. Vou aproveitar o espaço: São boatos que fazem pra prejudicar a minha candidatura, dizendo que vou fazer demissão em massa. Isso não vai acontecer, vamos demitir quem não trabalha, quem trabalha vai ficar; dizem que vamos parar as obras e isso é mentira, nós vamos fazer as obras melhor do que elas estão aí. Tudo que é importante nessa cidade e que esteja sendo feito, vamos dar continuidade; porém, com qualidade. Falam que vamos acabar com a Bolsa Renda, isso também não existe; vamos manter a Bolsa Renda. Nenhum programa ou obra que esteja funcionando adequadamente vai parar.
A mais recente pesquisa divulgada [dia 21 de setembro] mostra que uma fatia dos eleitores de Itabuna (em torno de 10%) ainda não sabe em quem votar. Qual seria, então, seu principal argumento para que um eleitor escolha Vane para prefeito?
Tentar convencê-lo de que nossa proposta é melhor; ela visa a uma mudança administrativa nessa cidade. Então, essas pessoas que ainda estão em dúvida, que ainda não se definiram, a meu ver, mostra que não estão tendendo nem para um lado nem para outro. São pessoas que realmente estão buscando uma resposta e nós queremos dar essa resposta levando propostas concretas de governo, que possam fazer com que sinalizem esse apoio à nossa candidatura. Queremos implantar um novo modelo, pautado na excelência da administração pública. Essa excelência tem a ver com planejamento, eficiência, aplicar bem os recursos e coibir todo abuso ao erário público. Coibindo os abusos, vamos garantir que os recursos cheguem na saúde, no saneamento básico, nas políticas públicas ...
O senhor foi vereador por dois mandatos e agora tenta ser prefeito. Diria que a experiência no Legislativo vai contribuir exatamente em quê, caso seja eleito?
Vane e Wenceslau, em entrevista à jornalista Celina Santos na Churrascaria Los Pampas, em ItabunaContribui muito. Ser vereador de Itabuna por oito anos você vivencia toda essa questão administrativa, essa questão de fiscalização, você realmente entende como funciona tanto a Prefeitura como a Câmara. Então, isso pra mim é muito bom, muito interessante e com certeza vai facilitar muito. Não só como prefeito, mas também no relacionamento com a Câmara de Vereadores, porque a gente conhece todo o trâmite.
Qual é o primeiro grande problema de Itabuna que o prefeito Vane vai atacar?
Itabuna tem muitos problemas e todos precisam de atenção. Mas o que a gente vai fazer de imediato é limpar essa cidade, mantê-la limpa e iluminada, e a questão do enfrentamento à [crise na] saúde e diminuir a violência.
Um dos seus motes de campanha é o combate à violência, com o programa "Cidade de Paz". Mas muitos atribuem os altos índices de criminalidade à também alta taxa de desemprego. Qual será sua providência em nome da geração de empregos na cidade?
No nosso programa Cidade de Paz, está tudo pensado: a questão de oportunizar creches para as crianças, a questão da escola em tempo integral, onde a criança vai estar na escola, mas também tem que desenvolver duas coisas fundamentais, que são o esporte e a cultura. Nós também vamos trabalhar maciçamente nas escolas pela prevenção ao uso de drogas, com uma metodologia que as crianças possam entender, mas vamos fazer esse programa municipal mesmo. O enfrentamento será com políticas públicas de educação, esporte, cultura, tudo com um cunho social, mas também na questão da prevenção.
Que outras intervenções seriam possíveis em nome da prevenção?
Hoje, a nossa cidade respira insegurança, é um dos indicativos e a maior preocupação nossa. Sabemos que, constitucionalmente, é obrigação do Estado trazer segurança, mas nós queremos dar um apoio logístico à Polícia Militar e à Polícia Civil; estruturar a Guarda Municipal, equipá-la e modernizá-la; fazer uma parceria da Guarda Municipal com as polícias Civil e Militar, para que a nossa guarda não atue apenas para guardar o patrimônio, mas que possa atuar também na prevenção. Queremos a Guarda Municipal nas escolas e na rua também, não em locais perigosos, mas colocar na rua para fazer a prevenção.
Agora, entendemos que os indicativos da violência em Itabuna é pelo uso de crack. Oitenta por cento das mortes e dos roubos estão relacionados. Como diminuir isso? Fazendo com que as nossas crianças e adolescentes não entrem nisso. Por isso, pensamos na escola em tempo integral. No nosso governo, cada criança e adolescente dessa cidade vai estar na escola, mas vai estar fazendo duas atividades: a atividade cultural e a atividade esportiva [também]. Dentro dessas políticas voltadas para a prevenção, vamos fazer um calendário esportivo de competições anuais em todas as modalidades. Além delas, as competições culturais também estão dentro do nosso programa "Cidade de Paz".
Quando o senhor fala da escola em tempo integral, seria a principal mudança do governo em termos de educação?
Não, esse é só um dos pontos. Nosso plano prevê a "Educação para o Futuro", que prevê, além de oportunizar creches e escola em tempo integral, valorização do profissional, o ciclo, que é uma coisa boa, onde a criança não repete, mas vemos aí algumas dificuldades, porque muitas crianças passam sem aprender o conteúdo. Então, nós vamos investir nisso, ter reforço, para que elas não passem apenas passando, mas que realmente aprendam o conteúdo. Também queremos criar aqui em Itabuna cursos [pré]-universitários, para possibilitar que nossos jovens ingressem realmente nas nossas faculdades.
Também vamos fazer nas nossas escolas a prevenção. Existe uma lei municipal, aprovada pela Câmara de Vereadores em 2007, que prevê o estudo da dependência química nas escolas. Então, vamos fazer esse enfrentamento com prevenção, com uma metodologia própria e com políticas públicas.
E com relação à geração de empregos? Porque muitos estudos Brasil afora apontam o desemprego como um dos fatores que fomentam a violência...
Não tenha dúvida. E nós pensamos nisso também. Já como vereador a gente tem ido a Salvador. Minha última ida a Salvador, como vereador e como pré-candidato, foi para buscar na Assembleia Legislativa o apoio pra que a SUDIC [Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial] venha pra cá. A SUDIC é um órgão governamental que é interessante vir pra Itabuna, porque fomenta a vinda de novas empresas pra cá. Estamos preocupados com o Distrito Industrial de Itabuna, vamos fazer um estudo, mas, a meu ver, provavelmente teremos que ter outro distrito industrial e, através da parceria com a Sudic, buscar a atração de novas empresas.
Como prefeito de Itabuna, não vou tirar a feira do São Caetano de lá. Isso tem a ver com a questão do emprego e renda, que estamos preocupados. A feira do jeito que está também não pode ficar, tem que ser revitalizada, nós pensamos em fazer pelo menos um pavimento, porque faz com que a feira amplie, as pessoas que vivem da feira vão ter uma renda melhor e trazer mais pessoas para a feira. E o galpão da Kildare já está pronto, nós vamos tentar atrair uma grande empresa pra ali ou então pequenas empresas. Isso é uma coisa de imediato, que com certeza já vai ter impacto na geração de emprego e renda.
Quando o senhor fala de imediato, seria no primeiro ano de governo?
De imediato. Nós assumindo o Poder Executivo, vamos cuidar da feira, revitalizá-la e buscar no outro dia atrair empresas para Itabuna, aproveitando que o galpão está pronto. Qual o empresário que não vai querer vir, você dando incentivo fiscal, acesso fácil, tudo pronto e ele não vai ter que colocar um tijolo? É só entrar para trabalhar, ganhar dinheiro e dar emprego.
Itabuna já é uma cidade de médio porte, com um trânsito caótico. O que o senhor propõe como solução para problemas como engarrafamento em determinados horários e dificuldade extrema para estacionar no centro da cidade?
Itabuna tem um problema muito grave na mobilidade urbana. Nosso plano de governo prevê a criação de uma ciclovia. Tem muitas pessoas que querem andar de bicicleta, mas têm medo do trânsito disputado. Então, nós queremos uma ciclovia que ligue os bairros ao centro da cidade; temos que criar novos estacionamentos, porque a oferta é pouca; como prefeito de Itabuna, precisamos trazer uma empresa que possa fazer o diagnóstico desse trânsito e mostrar soluções. Temos que ter engenharia no trânsito, para que possamos fazer as mudanças necessárias e o trânsito possa fluir.
Quando o senhor fala em resolver o problema da falta de estacionamento, seria com o retorno da Zona Azul?
Com certeza. Nós queremos a volta da Zona Azul, para coibir excessos, mas mesmo assim não dá conta. Temos que criar novos espaços para estacionamento. [Wenceslau complementa: Tem os estacionamentos privados e também obrigar os novos edifícios comerciais e residenciais a ter garagem. Um edifício construído com uma quantidade de andares tem que ter garagem. Oferecer estacionamento para os proprietários das lojas e para os clientes.] [Vane conclui:] Quanto aos estacionamentos privados, de repente, o empresário quer fazer um estacionamento e é bom. Ele vai abrir, vai ganhar dinheiro, vai dar emprego e nós vamos buscar essas parcerias também.
O tema Saúde abre espaço para muito blá-blá-blá. Mas o que o senhor projeta de novo para ao menos minimizar a crise enfrentada no setor em Itabuna?
Saúde é uma coisa complexa. Não tem nada de novo; o que tem é que o Comando Único precisa voltar para a cidade, temos que partir daquilo que é real. Saúde não é como abrir uma rua, é algo que precisa de muito trabalho e investimento. Vamos fazer uma boa pactuação com o Hospital de Base, com os municípios que se servem dele; temos que fazer com que a Atenção Básica funcione. Nesse primeiro momento, não vamos abrir nenhuma nova unidade, vamos fazer com que as que estão aí funcionem, para desafogar os hospitais, principalmente o Hospital de Base. Ele hoje recebe um milhão e trezentos e gasta um milhão e duzentos com pessoal. Vamos fazer com que esse hospital tenha o número de servidores necessário, acabar com o cabide de emprego. E nosso secretário de Saúde vai conversar com os secretários de Saúde das cidades que usam o Hospital de Base, para que se faça uma boa pactuação, pra quando o paciente chegar aqui, o dinheiro ficar aqui.
[Wenceslau completa: Temos também a perspectiva de viabilizar recursos do Governo Federal e do Governo do Estado para construir três UPAs [Unidades de Pronto Atendimento], para funcionar 24 horas e ajudar a desafogar os hospitais.] [Vane conclui:] Porque existem recursos do Governo Federal pra isso; basta que haja vontade do município e envie um projeto; está incluído no nosso programa de governo o projeto 'Saúde Plena'.
Há quem ressalte, por exemplo, que o senhor nunca apresentou nenhuma denúncia contra o governo Azevedo, embora tenha sido eleito pelo PT, partido de tradicional oposição ao DEM? Por quê?
Quem não fez oposição foi o PT; nós fizemos várias denúncias, convocamos diversos secretários para dar explicação – o secretário de Saúde, o secretário de infraestrutura para falar sobre o canal, da Emasa –; tentamos abrir duas CEI [Comissão Especial de Inquérito], sendo uma para o Hospital de Base, não conseguimos porque não tivemos votos [suficientes]; tentamos abrir outra CEI para focalizar a Atenção Básica, também não tivemos o número de votos suficiente; e eu tenho algumas denúncias ao Ministério Público – uma é do lixo. Uma das coisas que levaram ao indeferimento [do registro de candidatura] do prefeito foi uma dessas denúncias com relação ao lixo. O PT que eu não sei o que fez, mas eu como vereador sim.
Mas o senhor saiu do PT no ano passado. Quando fez essas denúncias, o partido não estava junto?
Eu fiz. O PT anda espalhando que fui um vereador omisso, mas nunca fui. Tudo foi protocolado no TCM [Tribunal de Contas dos Municípios] e no Ministério Público. [Wenceslau acrescenta: Acho que a gente tem que separar também institucionalmente. O mandato é do partido? É. Mas o partido, institucionalmente, também pode fazer oposição. Institucionalmente, o partido que mais fez oposição ao governo Azevedo foi o PCdoB, através das instituições, sindicatos e estruturas que o PCdoB tem influência e do próprio partido como instituição. O que Vane quer dizer é isso: Dentro do mandato, ele fez. Mas o PT institucionalmente, através da sua presidência, do seu diretório, talvez não tenha feito.] [Vane segue:] O que eu quis colocar foi isso: eu como vereador do PT fiz essas denúncias; o PT eu não sei se fez.
Estando do lado de lá, do Poder Executivo, o que o prefeito Vane vai fazer para que a maioria dos vereadores compactuem com a sua tônica de governo e aprovem seus projetos?
Eu fui um vereador independente durante oito anos e quero que a Câmara de Vereadores continue independente. Eu não vou querer que a Câmara seja refém do Executivo; não tenho essa preocupação nem quero. Agora, o que a gente vai querer é trabalhar em harmonia, para o bem da cidade. Se no nosso mandato alguém achar que tem que abrir uma CEI, eu vou deixar abrir. Agora, vamos pautar nossa administração pela transparência. As pessoas que trabalham no Caps AD [Álcool e Drogas], por exemplo, vão saber quanto entra lá e como é gasto; as pessoas que trabalham no SAMU vão saber quanto entra e como é gasto; os educadores vão saber quanto entra na educação e como é gasto. Então, eu vou ter poucas dificuldades, porque quando falamos em excelência na gestão, estamos falando também de transparência. Queremos um governo extremamente transparente. Isso evita todo tipo de comentários e também aborrecimentos.
A Câmara de Itabuna está envolta num verdadeiro lamaçal, tamanha a quantidade de denúncias de corrupção. Alguns acreditam que o senhor não participou mesmo dos esquemas ilícitos, mas o acusam de ter sido omisso, porque não denunciou antes de a "bomba" estourar. Seu estilo é de fazer a "política da boa vizinhança", seguindo a linha "se não posso vencer o inimigo, vou unir-me a ele"?
Quem pensa isso não conhece Vane e está totalmente desinformado. Quem começou a investigar as coisas foi a Câmara de Vereadores. Eu, Wenceslau e alguns vereadores, antes de estourar qualquer bomba, fizemos um relato em que a Câmara devia muito, estava em dificuldade financeira muito grande. Então, nós fizemos um relatório interno preliminar, sugerindo que fossem tomadas medidas para sanar essa situação. O presidente [que à época era Clóvis Loiola] fez denúncias e na mesma semana nós abrimos uma CEI. Uma CEI que demorou apenas dois meses. Na história recente do Brasil, eu desconheço uma CEI que trabalhou em tão pouco tempo, para dar uma resposta à sociedade. Essa CEI foi muito conclusiva, tanto é que tudo que o TCM fez foi baseado na CEI, toda a ação da Polícia Federal foi baseada na CEI, toda a ação do Ministério Público foi baseado na CEI. Então, isso configurou que, além de não me envolver em nada, tivemos a coragem de denunciar todas as coisas e mostrar à sociedade sabendo do que realmente aconteceu ali.
Comenta-se também que o relatório da CEI teria apontado alguns "escolhidos" como culpados e outros, igualmente envolvidos, teriam sido protegidos...
[Wenceslau intervém: uma CEI funciona como um processo judicial e todo processo judicial, para ser concluído, tem que ter provas. Então, contra quem tinha provas, constou tudo; contra quem não tinha prova contundente, o nome não consta.] [Vane conclui:] Tenho a consciência tranqüila de que fiz o meu papel. O que dá credibilidade à nossa CEI é que, se eu tivesse protegido um ou outro, o Ministério Público teria entrado e dito: 'não, aquele também errou'. Por que o Ministério Público seguiu nossa CEI? Por que o Tribunal de Contas não colocou nada a mais? Enfim, nossa CEI foi muito contundente e conclusiva; nós não protegemos ninguém, aquilo que vimos de prova nós colocamos.
Como está no segundo mandato, deve conhecer o perfil dos seus colegas de legislatura. Que comparação o senhor faria, por exemplo, entre a postura dos vereadores Roberto de Souza (PR) e Wenceslau Júnior (PCdoB)?
Não vou fazer esse tipo de comparação. Nesse momento eu quero falar de Vane. Fui um vereador independente e desafio a alguém falar que votei alguma coisa contra minha cidade; tudo que foi bom para a cidade eu votei a favor e tudo que entendi que não era bom eu votei contra. Sempre fiscalizei o Legislativo e o Executivo. Então, Vane fez o seu papel.
Falando especificamente sobre Wenceslau, candidato a vice na sua chapa, ele aparece pouco em seu horário político. Nas ruas, muitos dizem que a imagem dele estaria chamuscada e que isso lhe atinge. Como o senhor analisa essa situação?
O vereador Wenceslau é um vereador que tem há mais de 20 anos lutado. Lutou pela estadualização da faculdade; como vereador, nesses oito anos que eu o acompanhei na Câmara, sempre esteve ao lado da comunidade em todos os momentos; tudo que ele votou também foi para o bem dessa cidade. E nós podemos acrescentar que a minha rejeição continua muito pequena. Então, se ele estivesse atrapalhando a candidatura, minha rejeição teria aumentado. A vinda dele fortaleceu muito a nossa candidatura e não tivemos rejeição por conta disso.
Temos quase uma tradição de dois perfis de vice-prefeito em Itabuna: Se quer "dar pitaco" demais, geralmente o prefeito rompe com ele; na contramão disso tem o perfil do vice que não interfere muito e acaba sendo meio "papagaio de pirata". No caso de Vane e Wenceslau, o que um espera do outro?
Eu entendo que o prefeito é o prefeito. Vou assumir meu papel de prefeito, ser gestor dessa cidade. E com certeza terei em Wenceslau um colaborador preparado, que vai ajudar no governo; não tenha dúvida. Agora, o vice é o vice e o prefeito é o prefeito.
[Wenceslau segue: Eu penso assim: nós construímos uma frente política, é um projeto de seis partidos que comungam das mesmas ideias, do mesmo projeto e acho que o esforço do vice e dos partidos é dar sustentação para que o prefeito possa executar esse projeto da melhor forma possível. Acho que o vice que briga com o prefeito é o vice que não sabe o seu limite e o seu lugar.]
A capacidade de liderar é um dos itens mais cobrados a um prefeito. Como seria o perfil de Vane como 'mandatário-mor' de uma cidade de 210 mil habitantes?
Vane é uma pessoa tranqüila, equilibrada, mas um homem de atitude. Haja à vista que as pessoas não pensavam que eu sairia do PT. Provamos que tivemos atitude e saímos do PT; não saímos brigados, mas tivemos a atitude de romper com o grupo; tivemos atitude também na Câmara de Vereadores, quando tivemos um mandato inteiramente independente; tivemos atitude quando abrimos a CEI e fizemos um relatório conclusivo; e tivemos atitude também de enfrentar essa candidatura a prefeito de Itabuna. Sou um homem extremamente democrático, mas uma pessoa de atitude e posições.
As principais lideranças do seu partido, o PRB, são da Igreja Universal do Reino de Deus, uma instituição que cresceu muito e tem influência. A Igreja não estaria querendo o poder também na política, embora o Estado seja laico?
É um absurdo pensar uma coisa dessas. O PRB está buscando seu crescimento, como qualquer partido. Ligar isso à Igreja Universal, de que ela estaria usando o partido pra tomar o poder político, é um absurdo. E provo aqui: O PRB tem uma secretaria de Estado – a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania. Quem deveria estar lá era um bispo da Universal, concorda? As pessoas que dizem essas asneiras entendem que a Igreja deveria colocar esse secretário. Mas o secretário [dessa pasta] é negro e é da religião afro. Então, mostramos na prática que isso são boatos. Vou aproveitar o espaço: São boatos que fazem pra prejudicar a minha candidatura, dizendo que vou fazer demissão em massa. Isso não vai acontecer, vamos demitir quem não trabalha, quem trabalha vai ficar; dizem que vamos parar as obras e isso é mentira, nós vamos fazer as obras melhor do que elas estão aí. Tudo que é importante nessa cidade e que esteja sendo feito, vamos dar continuidade; porém, com qualidade. Falam que vamos acabar com a Bolsa Renda, isso também não existe; vamos manter a Bolsa Renda. Nenhum programa ou obra que esteja funcionando adequadamente vai parar.
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