terça-feira, 22 de outubro de 2024

Juíza grita e discute com advogada em audiência: "perdendo meu tempo"

Um debate acalorado entre a juíza Ana Maria Almeida Vieira, da 6ª vara da Fazenda Pública do TJ/MA, e a advogada Ruth Rodrigues aconteceu nesta semana durante audiência virtual em caso de violência obstétrica. A advogada quis a transcrição de laudo médico por estar inelegível, e a juíza demonstrou irritação com o pedido, gerando discussão. "Poxa, eu estou perdendo meu tempo, podia estar fazendo tanta coisa", disse a magistrada ao não perceber câmera e áudio ligados. O episódio aconteceu após o pedido da advogada para transcrever um laudo que, segundo ela, estava ilegível e com "partes impossíveis de serem compreendidas". A magistrada, então, disse que a advogada teria prazo de cinco dias para formular o pedido por escrito e ela daria vistas às partes para ver se seria possível. A advogada, então, disse que gostaria de fazer o pedido oralmente para não prolongar o processo, pedido negado pela juíza.
Foi quando a discussão começou.
- "Vou lhe dar cinco dias para formalizar seu requerimento porque eu já sei no que isso vai dar. As partes se manifestarão e decidiremos depois", disse a juíza. - "Não é uma questão de visualização, é um direito do paciente a transcrição do prontuário. Eu estou abismada como a transcrição de um prontuário, uma coisa simples, que eu peço em todos os processos está causando esse bafafá todo nessa audiência", indignou-se a advogada.
- "A senhora que tá causando esse bafafá desde que começou a audiência porque não está se comportando adequadamente. Conduzo esta audiência de forma correta e lhe darei o prazo de cinco dias para formular seu pedido. Encerrada a audiência", finalizou a magistrada.
Neste momento, a juíza, achando que a câmera e o áudio já haviam sido desligados, disse: "poxa, eu estou perdendo meu tempo, podia estar fazendo tanta coisa".
"A gente que lute"
Em post nas redes sociais após o episódio, a advogada disse que "nunca fui tão destratada em 18 anos de advocacia". "Eu defendo o direito da minha cliente e não tenho juiz de estimação. Não aceito nem aceitarei certas situações. Pela constituição, não existe hierarquia entre juiz, advogado e procurador. Na prática, a gente que lute."
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