quarta-feira, 19 de junho de 2024

Jornalista que lançou #MeToo na China é condenada a 5 anos de cadeia por ‘subversão’

Sophia Huang Xueqin e
Wang Jianbing presos em 2021
e julgados a portas fechadas
(foto: divulgação Front Line Defenders
 / Women’s Media Center)
A jornalista investigativa chinesa Huang Xueqin, que iniciou o movimento #MeToo na China, foi condenada por um tribunal de Guangzhou nesta quinta-feira (13) a cinco anos de prisão por “incitação à subversão do poder do Estado”.
A jornalista, que também é conhecida como Sophia Huang, foi capturada em setembro de 2021, um dia antes de deixar a China a fim de fazer um mestrado no Reino Unido. Junto com ela foi preso o ativista de direitos humanos Wang Jianbing, que prestava assistência a vítimas de abusos sexuais.
O julgamento dois dois aconteceu em setembro de 2023, a portas fechadas, mas o veredito não foi divulgado na época. Ele recebeu uma pena de três anos e seis meses sob a mesma acusação.
Huang Xuequin ficou conhecida como a principal face do movimento #MeToo na China, realizando campanhas e reuniões semanais com ativistas em sua casa, que Wang Jianbing ajudava a organizar, segundo as autoridades chinesas. Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras, durante a sua detenção ela não pôde falar com familiares e sofreu maus-tratos, relatando dores agudas na cintura resultantes de interrogatórios prolongados na “cadeira de tigre”, um instrumento de tortura utilizado pela polícia chinesa. 
Dezenas de amigos foram intimados pela polícia e tiveram as suas casas revistadas e os dispositivos eletrônicos confiscados.
Organizações de direitos humanos e de liberdade de imprensa fizeram vários movimentos conjuntos em defesa da jornlalista, mas as autoridades chinesas ignoraram os protestos.
Redação MediaTalks

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