sexta-feira, 14 de junho de 2024

Desafios para o setor automotivo e as soluções dos Institutos SENAI de Inovação

Os 28 Institutos SENAI de Inovação, que contam com cerca de 1.350 colaboradores, atuam em várias áreas do conhecimento e desenvolvem projetos de PD&I (mais de 3.000 já foram desenvolvidos), incluindo iniciativas para a descarbonização do setor automotivo. Um deles é o Instituto SENAI de Inovação em Biomassa, do Mato Grosso do Sul, que atua em projetos de PD&I relacionados a temas como economia circular, descarbonização, transição energética e bioeconomia, e desenvolve produtos e processos cuja matéria-prima é a biomassa.
A chefe de pesquisa do Instituto, Layssa Aline Okamura, explica que alguns desafios de implantar novas tecnologias e de implementar políticas para o setor automotivo ainda precisam ser superados.
“São necessários esforços para elevar a maturidade de algumas tecnologias que garantam a efetiva produção e substituição dos fósseis pelos renováveis, além de alternativas para a demanda por materiais raros, como metais nobres, para a eletrificação de carros, a fim de desonerar os custos de produção.”
Segundo ela, é imprescindível investir em PD&I para superar esses desafios tecnológicos e garantir o desenvolvimento de tecnologias robustas e escalonáveis. “Isso é fundamental para viabilizar a efetiva implementação dessas tecnologias globalmente, principalmente em países em que o acesso a tecnologias de ponta ainda é restrito”, explica.Fabrizio Machado Pereira, diretor regional do SENAI de Santa Catarina, onde há três institutos de inovação
O Instituto já desenvolveu diversos projetos com foco na substituição de recursos fósseis por renováveis. Um deles é o Tupã, um sistema integrado de conversão de gases de efeito estufa em hidrocarbonetos renováveis, financiado pela Petrogal Brasil S.A. (Joint Venture Galp/Sinopec) via compromisso de investimentos com P&D, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Em Santa Catarina, os três Institutos SENAI de Inovação (Sistemas Embarcados, Processamento a Laser e Sistemas de Manufatura), também atuam em projetos para a descarbonização que abrangem desde o hidrogênio verde até a conversão de veículos a combustão para elétricos, além da automação de processos com sistemas robóticos, desenvolvimento de sistemas de transmissão para veículos elétricos e melhoria de máquinas térmicas.
Para Fabrizio Machado Pereira, diretor regional do SENAI-SC, investir em PD&I é fundamental para impulsionar a descarbonização no setor automotivo, já que as montadoras podem desenvolver e aprimorar tecnologias mais limpas, como veículos elétricos, híbridos e movidos a hidrogênio, além de sistemas de propulsão mais eficientes e sustentáveis.
“Essa inovação tecnológica permite a redução das emissões de carbono dos veículos, ajudando a cumprir regulamentações ambientais cada vez mais rigorosas e a atender às demandas dos consumidores por opções de transporte mais ecofriendly”.
Em Minas Gerais, os Institutos SENAI de Inovação em Engenharia de Superfícies, Metalurgia e Ligas Especiais, Processamento Mineral desenvolvem tecnologias que viabilizam a descarbonização da indústria. As principais linhas de trabalho são usos de hidrogênio, captura de CO2 e minerais estratégicos.
Luiz Cláudio de Melo Costa, doutor em Ciências dos Institutos SENAI de Minas Gerais, explica que são necessários investimentos intensivos em PD&I para promover mudanças disruptivas no modelo tecnológico do setor automotivo.
“A redução das emissões no setor passa por alterações significativas na base tecnológica usada há décadas, seja nos motores a combustão – alvo principal da transição energética do setor –, seja na cadeia produtiva, adotando tecnologias mais eficientes para diminuir o uso de combustíveis fósseis ou substituí-los por fontes renováveis e de baixa emissão”.
Da Agência de Notícias da Indústria

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