sexta-feira, 5 de abril de 2024

Marinha do Brasil tem novo diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico


O almirante de esquadra Alexandre Rabello de Faria assumiu, nesta sexta-feira (5), o cargo de diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM), durante cerimônia presidida pelo comandante da Marinha, almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen.O evento foi realizado no Complexo do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), com a presença de ex-comandantes da Marinha, membros do Almirantado, da indústria, da Sociedade Amigos da Marinha, da comunidade científica e tecnológica, além de outras autoridades militares e civis do Brasil e do exterior.
O novo diretor-geral, presidente do Conselho de Delegados na Junta Interamericana de Defesa entre 2021 e 2023, substituiu o almirante de esquadra Petronio Augusto Siqueira de Aguiar, que esteve à frente do cargo desde 15 de dezembro de 2021.
A DGDNTM, como um Órgão de Direção Setorial, planeja, orienta, coordena e controla as atividades nucleares, científicas, tecnológicas e de inovação. Atua como órgão central executivo do Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha, a fim de contribuir para: o preparo das Marinhas do Amanhã e do Futuro; a aplicação do Poder Naval, em atividades relacionadas à ciência, tecnologia e inovação; o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), e o Programa Nuclear da Marinha (PNM).
O almirante Rabello disse estar pronto para o novo desafio e explicou que, historicamente, a coordenação científica e tecnológica da Marinha esteve concentrada no Rio de Janeiro, onde continua a desenvolver diversos projetos destinados a contribuir para o preparo e aplicação do Poder Naval.
E que, em julho de 2023, a DGDNTM, estrategicamente, transferiu sua sede para a cidade de São Paulo, ocupando espaço na Cidade Universitária, ao lado do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – o IPEN, com quem a Marinha mantém parceria há cerca de 70 anos.


O Almirante Rabello durante discurso – Imagem: 3ºSG Coronha
“No Rio de Janeiro, estão sediados o Instituto de Pesquisas da Marinha, o Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira e o Centro de Análises de Sistemas Navais, que executam programas relacionados a sistemas de armas; sensores; sistemas de guerra eletrônica; sistemas acústicos submarinos; sistemas digitais e informatizados; tecnologia de materiais; criptologia e avaliação de segurança em sistemas; modelagem e simulação; pesquisa operacional; oceanografia; meteorologia; biotecnologia marinha; sensoriamento remoto; e engenharias costeira e oceânica. A essas áreas de pesquisa, somam-se outras de interesse do Corpo de Fuzileiros Navais, da Diretoria de Saúde da Marinha e da Diretoria de Hidrografia e Navegação, com projetos desenvolvidos pelas respectivas Instituições de Ciência e Tecnologia. A vinda da sede desta Diretoria-Geral para São Paulo teve várias motivações, dentre elas a de aumentar a representatividade da Marinha no estado de São Paulo. A mudança também sinaliza que estamos avançando no alcance do objeto principal do Programa Nuclear da Marinha (PNM) e do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), que é a obtenção do primeiro submarino nuclear convencionalmente armado do Brasil. Nosso primeiro submarino nuclear carregará o nome do ilustre patrono da Ciência e Tecnologia da Marinha, o Almirante Álvaro Alberto, pioneiro do Programa Nuclear Brasileiro e responsável pela proposta de criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do qual foi o primeiro presidente”, destacou o Almirante Rabello.
Ainda conforme o novo Diretor-Geral, a cooperação entre a Marinha e a comunidade científica brasileira rendeu ao País ganhos maiúsculos e ímpares, como o domínio do ciclo do combustível nuclear. “Os desafios científicos, tecnológicos e industriais continuarão; cabendo à Marinha, por intermédio da DGDNTM, a tarefa de robustecer o ecossistema científico e de apoio à pesquisa e consolidar as cadeias industriais e de suprimentos correlatas, necessárias a proporcionar solidez e perenidade tanto ao PNM quanto ao PROSUB. Fortalecer e intensificar essa cooperação é um compromisso que assumo e no qual trabalharemos com energia, foco e prioridade, para transformar conhecimentos em inovação”, declarou o Almirante Rabello.
Em seu discurso, o Almirante Petronio ressaltou que a DGDNTM e sua abrangente estrutura científica e tecnológica sempre estiveram alinhados com a realidade nacional, buscando conquistas e elevando o nível de capacitação de seu pessoal. "No conjunto das atividades que nos foram confiadas, muitas se traduziram em riscos inerentes às atividades de pesquisa e que se desvelaram no horizonte. Conhecer respostas para as infindáveis perguntas que diariamente formulávamos foi o indutor que nos moveu em direção a novas descobertas e ao contínuo progresso, impondo a natural responsabilidade de contribuir diretamente e significativamente para a evolução de 70 projetos, incluindo os dois principais: o PROSUB e seu intrínseco PNM, este último representando a pesquisa aplicada mais real no setor nuclear brasileiro", destacou.
O Almirante Petronio informou ainda que, nos anos vindouros, a soma das atividades desenvolvidas e do conjunto de competências atingidas resultará em uma Marinha dotada de vanguarda tecnológica, capaz de assegurar sua presença na conjuntura nacional e sua inserção no cenário internacional, aplicada com credibilidade e em prol de seu Poder Naval, como importante fator de alavancagem para o progresso e bem-estar da Sociedade Brasileira.
Ainda durante o evento, o Comandante da Marinha condecorou o Almirante Rabello com a Comenda da Ordem do Mérito Naval no Grau Grã-Cruz, pelos relevantes serviços prestados à Marinha. O Almirante Petronio foi agraciado com a Medalha Naval de Serviços Distintos em reconhecimento aos serviços dedicados à Marinha do Brasil.

Almirante Petronio foi agraciado com a Medalha Naval de Serviços Distintos
Imagem: 3ºSG Coronha

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