quarta-feira, 10 de abril de 2024

LA Times nomeia jornalista nascida em Taiwan como primeira editora-executiva em 142 anos


O Los Angeles Times escolheu uma mulher de origem oriental, Terry Tang, de 65 anos, como sua nova editora-executiva, em substituição a Kevin Merida. A contratação dele, em 2021, havia sido saudada como um movimento importante em prol da inclusão de negros no comando das redações, na esteira do Black Lives Matter.Nascida em Taiwan, ela é a primeira mulher a liderar a redação do jornal em 142 anos. Entrou no LA Times em 2019 como editora de opinião, e vinha atuando como editora-executiva interina desde a saída de seu antecessor.
Merida deixou o jornal em janeiro, em meio a uma crise financeira e na sequência de demissões em massa. Os donos do LA Times, Patrick e Michele Soon-Shiong, disseram em nota que a opção por Tang deveu-se “ao seu entendimento de que a missão do jornal é ser um pilar da democracia e desempenhar um papel vital para a cidade e para o mundo , ao chamar a atenção para as questões que mais importam, especialmente para aqueles cujas vozes muitas vezes não são ouvidas.”
Nova editora-executiva assume Los Angeles Times em crise financeira
Empresário de biotecnologia sul-africano, Patrick Soon-Shiong comprou o jornal em 2018. No comunicado em que a nova gestão da redação foi anunciada, os donos fizeram questão de informar que a decisão de substituir Merida foi deles, em um momento em que o jornal amargava um prejuízo de US$ 40 milhões registrado em 2023.
“Tomamos a decisão em dezembro de fazer mudanças na liderança para revitalizar o LA Times.”
A opção por uma mulher pode ajudar a reduzir a frustração com a saída de Kevin Merida, ainda que o jornal enfrente críticas pela baixa presença de jornalistas hispânicos em sua redação e Tang seja de origem oriental.
A diversidade racial e de gênero no alto comando das redações é um desafio no mundo, e vem sendo medida anualmente pelo Instituto Reuters para Estudos do Jornalismo, da Universidade de Oxford
Em pesquisas anuais em diversos países, incluindo o Brasil, o Instituto mapeia a presença de mulheres nas chefias principais das redações online e offline de maior audiência. A pesquisa deste ano, divulgada em março, apontou que em 12 países, apenas 24% dos principais editores são mulheres. Nos EUA a taxa é de 45%, e no Brasil de 29%.
No levantamento sobre diversidade racial, feito em cinco países, a situação é parecida: 23% dos líderes não são brancos – aí incluídas pessoas de origem oriental, como Terry Tang. Nos EUA são 29%, e no Brasil não há nenhum negro no topo da cadeia de comando dos 20 principais veículos de imprensa pelo critério de audiência. Redação MediaTalks

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