Suspensão de ações sobre cannabis coloca em risco atendimento a pacientes
| O advogado Ladislau Porto |
Milhares prejudicados
Entre as entidades afetadas pela suspensão estão o Instituto Nacional de Pesquisa Ciência e Tecnologia da Saúde e Tratamento Medicinal CuraPro Acolhe, a Associação Alternativa de Apoio à Cannabis Medicinal do Brasil e a Acolher Macaé, que, juntas, atendem cerca de 10 mil pacientes. Segundo Porto, a insegurança jurídica aumenta o risco de interrupção do tratamento para os associados; o risco de prisão para os responsáveis pelas associações e o risco de perda da produção das entidades.
Denise e a filha Gabriela, motivo pela qual criou a associação Acolher Macaé
Denise de Mello Fogel Soares, presidente da Acolher Macaé, explica que a suspensão traz uma insegurança muito grande para os trabalhadores da associação e para os pacientes. “Todos se arriscam para ajudar a milhares de vidas que estão em sofrimento. As associações desempenham um papel de extrema importância no tratamento de várias patologias, como epilepsia, fibromialgia, Parkinson, Alzheimer, câncer e TEA. Atendemos pessoas que não têm como importar o remédio, nem mesmo como pagar pelo produto desenvolvido na associação. Tirar a medicação dessas pessoas representa um risco para a vida delas”, afirma. Do total de 430 mil pessoas que usam remédios à base de cannabis no Brasil, segundo relatório Kaya Mind, 114 mil são atendidos pelas associações de pacientes. “Essas entidades desenvolvem um papel social imprescindível, oferecendo o remédio a uma parcela da população que não tem condições financeiras de importar o medicamento. Cortar o tratamento dessas pessoas é roubar-lhes a dignidade e a qualidade de vida que o tratamento oferece”, completa o advogado.
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