Policiais penais evitaram fuga no CDP de Osasco |
Deficit e superlotação
Essas agressões e motins refletem o sucateamento dos presídios, provocado pela defasagem de servidores na SAP e as péssimas condições das unidades prisionais do Estado. “O deficit de policiais penais ultrapassa 30% e na Saúde chega a 60%. Sem servidores, não há como oferecer um atendimento digno, nem como garantir a segurança de forma adequada. A isso se soma a superlotação; a baixa qualidade da alimentação fornecida também a servidores e a falta de água e de materiais de higiene em várias unidades do estado. O resultado é um caos permanente”, comenta Fábio Jabá.
Motim e tentativa de fuga
E o ano de 2024 já começou tumultuado. Na primeira sexta-feira do ano, policiais penais conseguiram evitar a fuga de presos no CDP II de Osasco ao localizar um buraco que vinha sendo aberto no teto de uma das celas, que abrigava 30 homens. Dias depois, no domingo de visita, policiais penais tiveram que controlar uma briga generalizada entre detentos da unidade. Os Agentes de Escolta e Vigilância Penitenciária (AEVPS), que ficam na parte externa dos presídios, dispararam quatro tiros com balas de borracha contra o prédio na tentativa de colocar fim à confusão. “Briga de presos em dia de visita é uma situação extremamente rara no sistema prisional. Os servidores da unidade estão em alerta depois dessa situação, com medo do que está por vir”, relata Jabá.
O presidente do Sifuspesp, Fábio Jabá
Insalubridade
O CDP II de Osasco tem capacidade para 833 presos, mas abrigava 1.214 pessoas em 10 de janeiro. A infraestrutura da unidade tem um problema crônico de infiltrações e goteiras. “Esse problema afeta não só quem está preso, mas também os servidores. O ambiente é insalubre. Já tivemos relatos de servidores que tiveram que mudar a posição de posto de trabalho por causa de goteiras”, completa o presidente do sindicato.
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