O Brasil é um país em processo de envelhecimento populacional. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileira de Geografia e Estatística), em 2023, 15,2% da população brasileira é composta por pessoas com mais de 60 anos. Isso representa mais de 25 milhões de idosos, muitos deles adoecidos física, social ou psicologicamente. Uma das principais causas desse quadro é a sarcopenia, a perda de massa muscular que ocorre naturalmente com o envelhecimento. Portanto, é fundamental praticar atividade física. E ela deve ser iniciada a qualquer momento, independentemente da idade. “A sarcopenia pode levar a uma série de problemas de saúde, como fragilidade, quedas, doenças crônicas e até morte. Por isso, a atividade física é essencial para os idosos”, explica o médico do esporte e membro do Departamento Científico de Cuidados Paliativos da SMCC (Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas), Dr. Marco Michelucci. De acordo com ele, as instituições de saúde não estão prontas para atender a essa demanda crescente da população. “Sabemos que a prevenção, através da infalível dupla treinamento e reposição hormonal, é pífia em nosso país e ainda esbarra em certos preconceitos infundados nessa população”, afirma. O médico ressalta que o idoso não perde massa porque envelhece simplesmente, mas ao contrário. “Ele envelhece e se torna dependente porque perde massa muscular. Essa simples consideração seria suficiente para que fossem adotados hábitos diários de treinamento físico, preferencialmente resistidos, independentemente do histórico esportivo do indivíduo ou da idade de início do programa, pois qualquer idade é a certa para se iniciar a prática de exercícios físicos e obter seus benefícios”, diz. “Benefícios, inclusive, que são superiores a qualquer plurifarmácia que a sociedade insiste em adotar. Precisamos acabar com aquele conceito de que ´já que são velhinhos precisam de muitos remédios´, o que expõe os idosos a riscos desnecessários causados pelas interações medicamentosas desconhecidas e efeitos adversos múltiplos”, complementa.
Os benefícios da atividade física na terceira idade são muitos e não se restringem apenas às questões físicas, mas também às sociais e psicológicas. Confira alguns deles:Prevenção da sarcopenia
Melhoria da força e resistência muscular
Aumento da mobilidade e da flexibilidade
Melhora do equilíbrio e da coordenação motora
Redução do risco de quedas
Melhora da capacidade cardiorrespiratória
Controle da pressão arterial, do colesterol e do açúcar no sangue
Redução do risco de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, doenças cardíacas e câncer
Melhora da saúde mental
Redução do estresse, da ansiedade e da depressão
Melhora do sono
Promoção da autonomia e da independência
“Os benefícios são proporcionais ao tempo de prática, frequência e até intensidade. É importante lembrar que também temos muitos benefícios sociais ao colocarmos os idosos em atividades dinâmicas e em grupos fora do seu ambiente domiciliar, visto que os idosos tendem ao isolamento e à reclusão social, com agravamento de quadros depressivos e solidão”, comenta Dr. Michelutti. Ele destaca, no entanto, que o maior benefício da atividade física é o metabólico. “O aumento de massa muscular otimiza funções neuroendócrinas e metabólicas, colaborando como adjuvante do controle pressórico, lipidêmio e glicêmicos”, diz. Como praticar atividade física na terceira idade:Antes de iniciar qualquer atividade física, é importante consultar um médico para avaliar a saúde geral do idoso.
De forma geral, recomenda-se que os idosos pratiquem pelo menos 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade física intensa por semana.
As atividades físicas recomendadas para a terceira idade incluem caminhada, corrida, natação, ciclismo, dança, musculação e tai chi chuan. É importante que os idosos escolham atividades que sejam prazerosas e que se adaptem às suas condições físicas. A atividade física é um pilar fundamental para a saúde dos idosos. A prática regular de exercícios pode ajudar a prevenir a sarcopenia, melhorar a qualidade de vida e prolongar a expectativa de vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário