Entre 6 de novembro e 4 de dezembro, às quartas-feiras, sempre às 18h, a TVE Bahia vai exibir os cinco episódios da série baiana “Donas do Baba”, que mostra a mulher em suas variadas relações com o futebol. A produção amplia a percepção da relação das mulheres com o esporte para além de uma investigação sobre o futebol feminino: extrapolando a categoria de gênero, as histórias partem de personagens que têm esta paixão nacional marcada em suas vidas, e não só dentro de campo. Como se dá esta presença, como fortalecê-la num ambiente marcadamente machista, como o futebol baliza suas vidas, como vivenciam seus laços afetivos e profissionais com este universo? São estas questões que criam as narrativas da obra, que traz para a tela uma jornalista, uma jogadora, duas torcedoras, uma advogada e duas crianças para falar de como este esporte as atravessa de diferentes maneiras.
“Donas do Baba” tem direção de Tais Bichara e Rodrigo Luna, roteiro de Pedro Perazzo e Eric Luis Carvalho, pesquisa de Eric Luis Carvalho e Tais Bichara, direção de fotografia de Liz Riscado, direção de som de Ana Luiza Penna, montagem de Agnes Cajaiba e produção executiva de Amadeu Alban, da Movioca - Casa de Conteúdo.
“É um projeto que surgiu, antes de tudo, do meu desejo de falar das vivências com o futebol a partir de uma perspectiva feminista. E também um desejo de fazer as pazes com a minha própria relação com o futebol”, explica a diretora Tais Bichara. “Ao longo desses anos, depois da estreia da série, foi muito especial ver que esses incômodos e esse amor de onde parti são realmente experiências coletivas, compartilhadas por muitas meninas e mulheres”, completa ela.
Para os de fora da Bahia, vale traduzir que “Baba” é uma expressão popular local que se refere a uma partida informal – os baianos e as baianas “batem um baba” nos campos de seu dia a dia. No contraponto, com olhar aprimorado sobre o tema, Roberta Nina, jornalista e uma das criadoras do canal “Dibradoras”, e Aline Pellegrino, zagueira que atuou pela seleção brasileira e atual gerente de Competições Femininas na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), cruzam aparições com relatos em todos os episódios. No dia 6 de novembro, o primeiro episódio exibido será o “Jornalista”. O cenário é Turim, na Itália, onde a série acompanha a jornalista esportiva Clara Albuquerque. Longe do Brasil há anos, ela é uma das poucas mulheres na cobertura dos maiores clubes da Europa, à época acompanhando o Juventus e hoje o PSG. Coletiva, dia de jogo, programa ao vivo e os bastidores de todas as funções que Clara exerce como um time-de-uma-mulher-só, driblando os preconceitos para ter voz e espaço. “Futebol para mim sempre significou família. Desde pequena, todo mundo costumava viver junto os dias de jogo. Minha mãe sempre foi a mais apaixonada da casa e isso foi contagiante para mim”, conta a personagem da estreia. “O engraçado é que hoje vivo futebol bem longe da minha família, mas, na série ‘Donas do Baba’, fica muito claro que, mesmo estando fisicamente tão longe, numa rotina tão solitária, para mim, futebol é casa”, conclui Clara Albuquerque.
No segundo episódio, “Jogadora”, na TV em 13 de novembro, “Donas do Baba” vai até Santos, em São Paulo, acompanhar a rotina de Maria Dias, atacante baiana nascida no povoado de Ipirazinho e à época atuante no Sereias da Vila, time feminino do Santos. O dia a dia de treino e de jogo em um time da 1ª divisão do Brasileirão é revelado, enquanto Maria fala das esperanças e dos dissabores de sua carreira e do futebol brasileiro.
No dia 20 de novembro, será a vez de “Torcedoras”, que apresenta duas figuras importantes das arquibancadas de Salvador: Rosicleide Aquino, torcedora icônica do Vitória, e Stéfani Coutinho, presidente das Tricoloucas, torcida organizada do Bahia composta só por mulheres – uma dobradinha que faz jus ao maior clássico do Norte-Nordeste, acompanhando as duas em jogos de seus clubes do coração e conhecendo seus rituais e relações com seus estádios-casa.
Em “Advogada”, no dia 27 de novembro, Juliana Camões alterna entre os uniformes de advogada e de goleira. A série a acompanha na aula, na reunião da Comissão de Esportes da OAB e também em um treino do Oxente Futebol Clube, time de advogadas baianas. Seja debaixo da trave ou no escritório, Juliana defende o que acredita e seu direito de ser o que quiser.
Por fim, em “Sonhos”, que vai ao ar em 4 de dezembro, as crianças Rakelly e Milena desejam se tornar jogadoras profissionais de futebol. Moradoras de São Francisco do Conde, no interior da Bahia, cidade de um dos clubes de futebol feminino mais tradicionais do país, as meninas participavam de um projeto de prática do esporte, enfrentando muito preconceito e falta de estrutura. Elas são uma porta para a dimensão do sonho, uma outra realidade possível.
Após passarem na TV, os episódios serão disponibilizados no YouTube, no canal www.youtube.com/@movioca.
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