*Por Rubia Coimbra |
Ao analisar propensões de consumo e comportamento de clientes, uma companhia também pode ajustar sua estratégia de vendas, otimizar campanhas de marketing e até mesmo redefinir sua abordagem de crescimento para atender a demandas futuras. Nesse contexto, os dados são uma base para a construção de decisões estratégicas sólidas. Além disso, em tempos de crise ou mudanças abruptas, as empresas que utilizam informações precisas para embasar suas decisões são mais resilientes. Elas conseguem se adaptar rapidamente a novas condições de mercado, responder a instabilidades e até antecipar problemas. A capacidade de identificar tendências e prever desafios é uma vantagem competitiva poderosa, especialmente em um cenário de incerteza global. Outro aspecto fundamental dos dados é o fortalecimento da cultura de transparência nas organizações. Decisões orientadas por informações direcionadas promovem práticas mais claras e permitem que todos os níveis da empresa tenham acesso a conhecimentos consistentes e confiáveis. Esse alinhamento não apenas melhora a governança interna, mas também contribui para iniciativas de ESG, onde a transparência e a responsabilidade são essenciais.
É importante ressaltar que as parcerias estratégicas também podem ser incentivadas a partir dos dados. Empresas que prezam por ativos confiáveis podem criar oportunidades de colaboração e inovação em conjunto a parceiros e fornecedores. Essa troca possibilita avanços tecnológicos e comerciais que, de outra forma, seriam difíceis de alcançar individualmente.
Quando falamos de vantagem competitiva, as informações também se tornam um diferencial no mercado. Companhias que as utilizam para personalizar produtos e serviços aumentam a satisfação dos clientes, fortalecem a fidelidade e impulsionam o crescimento a longo prazo. No e-commerce é possível prever padrões de compras e criar ofertas personalizadas, tornando a experiência do consumidor única e diferenciada. Já no setor bancário, podem ser utilizadas para oferecer serviços financeiros sob medida, por exemplo.
Apesar das inúmeras possibilidades que os dados oferecem para as instituições, é importante ressaltar que a conformidade e a segurança devem ser aliadas ao uso dessas informações. Uma tendência das companhias é a migração da nuvem pública para a nuvem privada. De acordo com uma pesquisa do Barclays de 2024, 83% das empresas planejam transferir suas cargas de trabalho para a nuvem privada. Entre os fatores para essa mudança estão a preocupação com a segurança de ativos, regulamentações do setor, além da economia de custo na computação em nuvem.
Essa transferência para private clouds permite que as organizações tenham uma supervisão direta do uso de dados e protocolos de segurança, possibilitando a implantação de medidas de segurança personalizadas. Isso reduz possíveis vulnerabilidades associadas a infraestruturas de nuvem pública. Na área da saúde, por exemplo, manter uma nuvem privada pode fornecer mais segurança contra a violação de elementos sensíveis, enquanto permite uma gestão eficiente das informações.
Empresas que adotam boas práticas de governança de ativos, com sistemas de segurança avançados, ganham a confiança dos consumidores e garantem que suas operações estejam protegidas contra ameaças cibernéticas. Isso deve ser considerado uma prioridade, já que o valor das informações nunca foi tão alto.
Organizações que priorizam a segurança e governança de dados estão mais bem preparadas para lidar com a globalização acelerada, garantindo a continuidade dos negócios em um ambiente cada vez mais digital. O futuro pertence às empresas que conseguem transformar informações, de forma segura, em insights valiosos, criando um ciclo de inovação contínua em um cenário cada vez mais orientado por dados.
*Rubia Coimbra, vice-presidente da Cloudera para a América Latina
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