sexta-feira, 12 de julho de 2024

HILTON SE SOLIDARIZA COM JOGADORA DO BAHIA VÍTIMA DE RACISMO


“Manifestamos nossa irrestrita solidariedade e apoio a Suelen dos Santos da Silva, jogadora do Esporte Clube Bahia, alvo de ofensa racial praticada pelo treinador da equipe adversária na noite de segunda-feira (8), no Estádio de Pituaçu. Deveria ser uma noite de comemoração, tendo em vista que o Esporte Clube Bahia garantiu o tão esperado acesso para a elite do futebol brasileiro. Acabou se transformando em um momento, que repudiamos, de prática criminosa de racismo. Não aceitamos a naturalização da expressão racista ‘macaca’ para tentar silenciar e diminuir Suelen”. Foi assim que o deputado Hilton Coelho (Psol) registrou na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) moção de solidariedade à jogadora vítima de racismo. Ele acrescenta que “a sociedade exige que todas as medidas e ações sejam tomadas para não ser mais um ato racista impune. Reafirmamos nosso apoio a Suelen e nosso compromisso na luta contra o racismo, o machismo e quaisquer formas de discriminações. A jogadora Suelen dos Santos da Silva foi vítima de racismo cometido pelo treinador português Hugo Duarte, do JC Amazonas, na segunda-feira, 8. Basta de impunidade”. O Bahia e o JC Amazonas disputavam partida pela Série A2 do campeonato brasileiro de futebol feminino. Com o final do jogo e a classificação do time baiano, uma atleta do time amazonense iniciou uma confusão ao agredir as mãos da técnica Lindsay Camila. Ao tentar defender a treinadora, a meia-campista Suelen sofreu, por diversas vezes, agressões raciais ao ser chamada de “macaca” pelo técnico do time rival.
Suelen se manifestou publicamente, reforçando a importância da denúncia para estancar o avanço de tais práticas: "A Constituição Brasileira delineia o direito de ser tratado como igual perante os demais membros da sociedade, sem discrição de etnia e raça. Entretanto, lamentavelmente, ontem, na partida que garantiu o tão esperado acesso para a elite do futebol brasileiro, fui submetida ao ato de racismo praticado pelo criminoso treinador do time adversário, pois utilizou de mecanismo de opressão para inferiorizar minha negritude. A naturalização que se foi proferida mais de uma vez pela expressão racista ‘macaca’ tenta silenciar a minha figura como mulher preta no esporte, porém o ato denúncia é a arma que tenho para combater o racista. Agradeço às minhas companheiras”.
Hilton Coelho lembra também que apesar de muita luta do movimento negro, de personalidades do esporte e algumas poucas punições, cenas de racismo no futebol tem sido recorrentes. Em geral, a torcida adversária comete tais crimes contra atletas do outro time, causando dificuldades para identificação do agressor, pela aparente sensação de anonimato no meio da multidão.
Entretanto, na situação envolvendo Suelen, o português Hugo Duarte é profissional do esporte, técnico de um time de futebol e que deveria instruir e ser exemplo para as jogadoras. Tal circunstância torna a situação, já muito grave, ainda mais inadmissível. Manifestamos a mais irrestrita solidariedade à jogadora, suas companheiras e repudiamos o crime cometido pelo treinador, rogando às autoridades competentes que promovam a apuração do fato o mais rápido possível e, sendo provada a responsabilidade, seja o agressor devidamente punido”, conclui o parlamentar.

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