domingo, 5 de maio de 2024

Brasil avança 10 posições no principal ranking global de liberdade de imprensa, mas ainda é o 82º do mundo

 O Brasil ganhou 10 posições no ranking Global Press Freedom Index 2024 da organização de liberdade de imprensa Repórteres Sem Fronteiras (RSF), mas ainda está em 82º em uma lista de 180 países, atrás dos vizinhos Uruguai, Chile e até da Argentina, onde a guerra declarada de Javier Milei com jornalistas fez seu país cair 26 posições. O relatório foi divulgado nesta sexta-feira (3), Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. O documento traz novamente a Noruega no topo da lista. A Eritreia figura em último, tomando este ano o nada honroso lugar que em 2023 coube à Coreia do Norte. O Brasil tinha avançado 18 posições em 2023, logo após a posse do presidente Lula, quando a tensão máxima entre jornalistas e governo que marcou a era Bolsonaro começava a se dissipar. Mas o índice da RSF não mede apenas censura ou intimidação do governo, incluindo também questões como ataques da sociedade à mídia, assédio judicial e desinformação, que ainda são críticos no Brasil.Como é feito o índice de liberdade de imprensa que mostra o Brasil em 82º
O ranking da Repórteres Sem Fronteiras, referência global em liberdade de imprensa, é resultado da ponderação de seis indicadores que afetam o funcionamento do jornalismo: ecossistema de mídia, contexto político, cenário jurídico, segurança, situação econômica e contexto sociocultural.
Na avaliação da RSF, o novo governo liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva “restaurou relações normais entre a mídia e atores estatais após o mandato de Jair Bolsonaro como presidente, que foi marcado por constante hostilidade”.
“Mas a violência estrutural contra jornalistas, a propriedade altamente concentrada dos meios de comunicação e os efeitos da desinformação ainda colocam grandes desafios à liberdade de imprensa”, aponta a organização.
Globalmente, o indicador político foi o que mais caiu este ano, registrando queda média de 7,6 pontos. É motivo de preocupação por ser o ano em que mais da metade da população mundial terá eleições gerais, como salientou Anne Bocandé, diretora editorial da RSF:
“Estados e outras forças políticas estão atuando cada vez menos na proteção da liberdade de imprensa.
Esta perda de poder é por vezes acompanhada de ações mais hostis que prejudicam o papel dos jornalistas, ou mesmo instrumentalizam os meios de comunicação social através de campanhas de assédio ou desinformação.”
Para a RSF, “é impressionante a clara falta de vontade política por parte da comunidade internacional para fazer cumprir os princípios de proteção dos jornalistas, especialmente a Resolução 2222 do Conselho de Segurança da ONU, desde outubro de 2023, quando começou a guerra em Gaza.
“Mais de 100 repórteres palestinos foram mortos pelas Forças de Defesa de Israel, incluindo pelo menos 22 a serviço”, salientou a organização.
O mapa mundi da liberdade de imprensa
Em 2024, as condições para a prática do jornalismo foram classificadas como satisfatórias em apenas um quarto dos 180 países analisados.



O Brasil está na faixa laranja do ranking de liberdade de imprensa, com a situação considerada “problemática”. Apenas seis nações estão na zona verde, todas da Europa, incluindo Portugal, que subiu duas posições no ranking global em relação a 2023.
Redação MediaTalks

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