sábado, 13 de abril de 2019

Ministério da Educação ficou cem dias sem funcionar, afirma deputada Alice Portugal


Os 100 dias de governo Bolsonaro foram marcados por trapalhadas, desmandos, desmontes em diversas áreas. No Ministério da Educação não foi diferente. A Pasta, comandada até então por Ricardo Vélez Rodríguez, protagonizou muitas das polêmicas do governo.
Para a vice-líder da Minoria, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), o viés político que dominou o MEC desde o início da gestão de Bolsonaro – e parece continuar com o novo ministro – paralisou uma das principais áreas para o país, gerando um caos na educação pública.
“Ficamos 100 dias sem o MEC funcionar. Independentemente do governo de plantão, o MEC sempre foi aquele vértice da pirâmide que toda a rede educacional brasileira aguarda para saber os programas, as políticas públicas, as orientações. Toda a rede de ensino básico do país ficou completamente sem orientação. Assim como o ensino superior, alvo de contingenciamento e de uma verdadeira desídia e até difamação pela insígnia do marxismo cultural, inventada pelo astrólogo que despacha dos Estados Unidos. Então, o MEC sai do vazio e migra para uma crise de natureza política onde não há uma visão de Estado na educação. Isso é Bolsonaro”, pontuou a parlamentar.
A mudança no comando do ministério, ocorrida no início desta semana, também não aponta melhorias para o setor. Abraham Weintraub é ligado ao mercado financeiro e sua principal ligação ao mundo educacional é o fato de ser professor. Além disso, no currículo, o novo ministro traz uma forte ligação com o guru do governo, Olavo de Carvalho, assim como seu antecessor.
“Tiram um ministro e colocam outro que diz que os comunistas dominam os meios de comunicam e que combaterá o marxismo cultural, que não se compromete a indicar os primeiros nomes das listas de eleitos nas universidades e nos institutos federais. Isso é grave”, afirmou Alice Portugal.

Convite ao ministro
Com o objetivo de conhecer o plano de ação do MEC, um requerimento de convite para Weintraub comparecer na Comissão de Educação da Câmara foi aprovado nesta terça-feira (10). A audiência, no entanto, foi marcada para o dia 15 de maio.
“Nesses três meses de governo, o Ministério da Educação encontra-se em total desgoverno, levando a uma paralisia dos principais programas do ministério, ameaçando a educação brasileira. Nosso objetivo em convidar o ministro é para que ele apresente o seu plano de ação para a Pasta, coisa que Vélez não fez. Queremos discutir a manutenção do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), o cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação (PNE) no país, a destinação dos 10% do PIB para educação, e a manutenção do sistema de cotas, que está ameaçado, além da garantia das bolsas da assistência estudantil no país”, destacou em seu pedido.
Por Christiane Peres, do PCdoB na Câmara
Foto: Richard Silva/PCdoB na Câmara

Nenhum comentário:

Postar um comentário

BUSCA MERCADO LIVRE