Wenceslau atende pedido do Sindiserv e visita o HBLEM
“A situação é complicada, mas não existe a possibilidade de atrasar os salários dos servidores para sanar a dívida com fornecedores. O salário dos servidores do Hospital foi pago quarta-feira (30)”, declarou Gilnay Santana.
A informação tranquilizou o Sindiserv. “Nós procuramos a Câmara para informar o problema. Fomos recebidos na plenária e Wenceslau propôs a formação da comissão de visita, mas os outros vereadores não compareceram. Aqui conhecemos a atual realidade e comprovamos que há atraso de repasse do município para o Hospital, mas os funcionários podem ficar despreocupados que não haverá corte do salário para regularizar a situação dos fornecedores. Mas esta sugestão foi dada por secretários municipais”, explica a diretora de imprensa do Sindiserv, Wilma de Oliveira.
Dívidas - O atraso no repasse de verbas provocou, sim, o não pagamento de fornecedores, incluindo empresas que venderam insumos básicos, resultando na suspensão, por exemplo, dos exames de imagem. “Estamos sem condições de atendimento no raio-X, pois estamos sem filmes. Recentemente recebemos doação de seis caixas de filmes para tórax, mas o fluxo de atendimento no Base é muito grande. Para se ter uma ideia, em um fim de semana prolongando, onde acontece mais acidentes, chegamos a realizar 30 cirurgias de emergência, pois este Hospital atende a região e não podemos negar atendimento, pois estaria caracterizado negligência”, explica a diretora.
O Hospital de Base, que chega a assistir 157 municípios e funciona 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS), registra uma dívida de R$ 802 mil só no ano de 2012. “A folha de funcionários e INSS é de R$ 700 mil. Com os outros R$ 500 mil cubro a folha dos médicos, quando esta folha tem valor real de R$700 mil. Sendo que estes trabalhadores ainda não estão recebendo o aumento decretado recentemente de 6,5%. Com o restante trabalho para manter o hospital na estrutura, medicamentos, material de limpeza, gás, advogado, alimentos. Então o dinheiro é pouco. Digo sempre, sou administradora não realizo milagres”, explica a diretora.
Ainda segundo a diretora, com os casos de dengue a situação complicou, pois, até fevereiro, o laboratório do Hospital tinha 17 mil exames laboratoriais realizados, número que subiu para 29 mil apenas em maio. “A nossa demanda é grande para o valor que recebemos do Estado. Recebemos por atendimento de acordo com a Tabela SUS, que está defasada. Nós já enxugamos ao máximo tudo que tinha para enxugar, mas mesmo assim está difícil. E o atraso do repasse das verbas complica ainda mais”, garante a diretora.
Para Wenceslau Júnior, a situação é insustentável, já que o Hospital funciona precariamente sem poder atender integralmente aos pacientes e pessoas que procuram socorro médico-hospitalar.
Investimentos - Durante a vista da comissão, Gilnay Santana informou que mesmo em meio às dificuldades, a atual administração já conseguiu restaurar 70% da iluminação do hospital, além da reforma de algumas alas da enfermaria, iniciando as pinturas de algumas macas. “Algumas das antigas administrações que aqui passaram deixaram marcas. Hoje o hospital passa pela dificuldade devido à falta de credibilidade deixada por antigos gestores. Muitas pessoas se negam doar, porque diz que o Estado manda, o município complementa, mas esta verba é pouca pela amplitude de atendimento do hospital”, argumenta.
Para suprir as 319 vagas de contratados, a atual gestão já anuncia o concurso do Hblem. “Já conversamos com o Ministério Público para ver a possibilidade de um concurso. Pois quero as coisas sérias, para não dizer que houve favorecimentos. Por isso o Ministério Público irá instaurar uma comissão para realização do concurso ainda este ano”, conclui a diretora do Hblem, Gilnay Santana.
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